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Atualizado em: 
qui, 08/02/2024 - 16:31

Pesquisadora Dora Kaufman apontou a tecnologia com um dos maiores desafios do século, ao lado das mudanças climáticas

Participantes durante encontro do Clube do Poire DigitalO Clube do Poire Digital, grupo de debate criado na Dataprev para tratar das repercussões na sociedade promovidas pelas tecnologias, retomou sua agenda. O primeiro encontro de 2024 aconteceu em 16 de janeiro e teve a participação da professora da PUC SP Dora Kaufman, pesquisadora dos impactos sociais e éticos da Inteligência Artificial. Na avaliação da especialista, IA e mudanças climáticas são “os maiores desafios do século XXI” e deveriam ser considerados em uma pauta única. Segundo Dora, a IA tem contribuído positivamente para a pauta ambiental, mas, ao mesmo tempo, pelo fato de seus sistemas utilizarem grandes volumes de dados e serem rodados em sistemas robustos, impactam o meio ambiente negativamente. Para ela, é crítico equilibrar esses dois efeitos.

Este ano, os temas abordados no Clube do Poire Digital vão priorizar a transformação digital e as estratégias para construção da Infraestrutura Pública Digital, afirmou o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção. Segundo ele, é importante acompanhar as questões levantadas nas reuniões do G20 durante a Presidência do Brasil, que vai até o final de novembro, e refletir sobre as transformações aceleradas que as tecnologias estão produzindo no mundo.

Dora Kaufman observou que a IA perpassa todas as atividades econômicas e sociais. “Tenho insistido em que a IA não é um assunto em separado, mas precisa estar agregado a todas as demais pautas, porque é transversal.” Sendo a IA a tecnologia de propósito geral do século XXI, ela está mudando a lógica de funcionamento da economia e da sociedade. Dora aponta, por exemplo, o deslocamento de um mundo de máquinas programadas para um mundo de máquinas probabilísticas (máquinas habilitadas por IA) impactando a identificação e o monitoramento de risco (regulamentação e governança).

Outra característica, segundo a pesquisadora, é que o campo da IA ainda não tem uma teoria, ele avança a partir de modelos empíricos, constantemente em teste, o que implica um grau elevado de imponderabilidade nos resultados. Na visão de Dora, a IA é estratégica para o desenvolvimento do país, inclusive para otimizar a gestão pública. “Precisamos de políticas publica para garantir o desenvolvimento e adoção da IA no Brasil; precisamos de investimentos em infraestrutura, em educação, em formação de profissionais especializados, e em regulamentação e diretrizes setoriais”.

Além do presidente da Dataprev e da economista Dora Kaufman, esta edição do Clube do Poire Digital contou com a participação da assessora especial do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Míriam Chaves, da secretária Executiva do MGI, Cristina Kiomi Mori, do secretário de Governo Digital do MGI, Rogério Mascarenhas, do secretário Extraordinário de Transformação do Estado do MGI, Francisco Gaetani, e do cientista político Marco Cepik, especialista em inteligência, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).