O Ministério da Educação (MEC) é o novo cliente da Dataprev. A empresa vai incorporar o Sistema Gestão Presente (SGP), que reúne dados da trajetória escolar dos estudantes da Educação Básica, como informações pessoais, de matrícula, de desempenho, de frequência, para apoio à gestão das redes de ensino nos estados e municípios. Estão na rede 178,5 mil escolas públicas e privadas, que representam mais de 200 milhões de registros, referentes a 45,9 milhões de estudantes nas três esferas de governo (estadual, municipal e federal). O contrato está avaliado em R$ 250 milhões, para execução em prazo de cinco anos.   

 

A ênfase inicial será nas “internalizações”, explica Beatriz Garrido, da Dataprev, coordenadora-geral de Relacionamento para Serviços Estruturais do Governo. O escopo do trabalho, contudo, é mais amplo: prestação de serviços de infraestrutura de TI, gestão técnica operacional de computação em nuvem, sustentação, consultoria técnica de negócios e ciência de dados, desenvolvimento de soluções, gerenciamento e serviços de TI e batimento de dados. 

 

Entre os módulos do SGP estão, entre outros, os do Jornada do Estudante e do Pé-de-Meia, além do novo sistema de vagas em creche, que está em fase de desenvolvimento. São programas relevantes para as ações inclusivas do MEC, que fazem parte do cronograma inicial de internalização, previsto para até meados deste ano. 

 

Por meio do Jornada do Estudante, é possível os alunos acompanharem sua trajetória escolar, consultando registros acadêmicos, documentos digitais, e também se comunicarem com o ministério. O sistema do Pé-de-Meia faz a gestão da bolsa paga pelo governo federal a estudantes do ensino médio público, beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico), como incentivo contra a evasão escolar. E o sistema de vagas em creches permitirá realizar a administração das filas por vagas para o público da Primeira Infância.  

 

“A inclusão do SGP no ecossistema de bases sociais da Dataprev é muito importante para aumentar a governança e o alcance da Infraestrutura Nacional de Dados”, explica Beatriz. Ela destaca a possibilidade de cruzar informações educacionais e escolares com os cadastros previdenciários, trabalhistas e assistenciais que já estão na empresa, para fins de verificação de consistência das informações e geração de novos serviços e aplicações. 

 

A integração dos dados escolares com os do CadÚnico, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por exemplo, tornaria mais fácil, entre outras ações, monitorar a exposição de crianças a situações de vulnerabilidade, promover o acesso a creches, fazer a busca ativa de crianças ou jovens que não estejam matriculados, contribuir com gestores estaduais e municipais na aplicação de políticas públicas.  

 

“Vamos oferecer serviços de nuvem, infraestrutura, hiperautomação, aumentar a interoperabilidade de dados, desenvolver novas soluções, por exemplo, na área de gestão escolar ou de frequência”, adianta Beatriz. “Respeitando a gestão federativa estabelecida pela política pública de educação do Estado brasileiro, vamos apoiar o MEC na organização das informações educacionais, na sua integração e interoperabilidade.”